BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos,
os que têm sem pedir
porque amigos não se pede,
não se compra nem se vende.
AMIGO A GENTE SENTE!
Benditos os que sofrem por amigos,
os que falam com o olhar.
porque amigo não se cala,
não questiona, nem se rende.
AMIGO A GENTE ENTENDE!
Bendito os que guardam amigos,
os que entregam o ombro pra chorar,
porque amigo sofre e chora.
AMIGO NÃO TEM HORA PRA CONSOLAR!
Benditos sejam os amigos,
que acreditam na tua verdade.
ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos,
de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros
da real sagacidade.
TER AMIGO É A MELHOR CUMPLICIDADE!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos.
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas.
(Machado de Assis)
Neste"espaço", divido com meus amigos um pouquinho de mim, um pouquinho do que gosto e acredito. E quero compartilhar com eles as pessoinhas que me fazem feliz e que me fazem acreditar na possibilidade de um mundo MELHOR.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
Coisas que eu li. Coisas que eu pensei.
" Não podemos dirigir o vento,
mas podemos ajustar as velas."
(autor desconhecido)
"Se você ajudar o próximo a desatar os seus nós
estará abrindo possibilidades pra desatar os seus ´próprios nós."
(Hirtis)
"Quando um homem cansado de caminhar sozinho estender a sua mão ao seu companheiro de jornada, nesse dia, somente nesse dia, a fraternidade humana será uma realidade".
(Pierre van Passen)
"De que vale ao homem conquistar todos os tesouros da terra e perder sua alma?"
(autor desconhecido)
"O medo nos afasta das derrotas,,, mas das vitórias também!!!
(Hirtis)
"Não deixe que a saudade o sufoque
que a rotina o acomode
que o medo o impeça de tentar...
Gaste mais horas realizando que sonhando...
fazendo que planejando...
vivendo que esperando, porque
quem quase morre está vivo,
quem quase vive está morrendo..."
(Hirtis)
"Mais alto sobe aquele que ajuda o outro a subir."
(autor desconhecido)
"A beleza não está na pobreza, mas na coragem de ainda sorrir e
ter esperança apesar de tudo."
(Madre Tereza de Calcutá)
mas podemos ajustar as velas."
(autor desconhecido)
"Se você ajudar o próximo a desatar os seus nós
estará abrindo possibilidades pra desatar os seus ´próprios nós."
(Hirtis)
"Quando um homem cansado de caminhar sozinho estender a sua mão ao seu companheiro de jornada, nesse dia, somente nesse dia, a fraternidade humana será uma realidade".
(Pierre van Passen)
"De que vale ao homem conquistar todos os tesouros da terra e perder sua alma?"
(autor desconhecido)
"O medo nos afasta das derrotas,,, mas das vitórias também!!!
(Hirtis)
"Não deixe que a saudade o sufoque
que a rotina o acomode
que o medo o impeça de tentar...
Gaste mais horas realizando que sonhando...
fazendo que planejando...
vivendo que esperando, porque
quem quase morre está vivo,
quem quase vive está morrendo..."
(Hirtis)
"Mais alto sobe aquele que ajuda o outro a subir."
(autor desconhecido)
"A beleza não está na pobreza, mas na coragem de ainda sorrir e
ter esperança apesar de tudo."
(Madre Tereza de Calcutá)
Amiga Secreta
Amiga Secreta
AMIGA SECRETA
Se tenho Amiga Secreta,
Secreta também eu sou.
Pra mim, hoje é festa
pois conhecê-la eu vou.
O presente, eu mesma o fiz
com carinho, com amor.
Desta arte, sou apenas aprendiz.
A cada peça que faço
dou de presente a quem amo.
Assim cresço no aprendizado
da arte de ser humano.
(Hirtis)
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Poema de Alexandre Lemos, o Príncipe Poeta
Poema escrito por ALEXANDRE RAMOS, aluno da APAE.
Alexandre tem 28 anos, com idade mental de 15.
Se uma pessoa assim acredita tanto, por que as pessoas normais não acreditam?
Alexandre é chamado pela sociedade de excepcional...
Excepcional é a sua "SENSIBILIDADE".
Alexandre, você é a rosa rara que,
sem querer, encontrei no jardim da vida.
Por que eu vivo
procurando um motivo
de viver,
se a vida, às vezes
parece de mim
esquecer?
Procuro em todas,
mas todas não são você.
Eu quero apenas viver,
Se não for para mim,
Que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
sem nem ao menos me olhar
me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos
eu vou correr.
Eu vou me achar,
pra mais tarde
em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Sera que este mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito?
Quando estou só, preso na solidão,
juntando pedaços de mim que caíram no chão,
juro que às vezez nem ao menos sei, quem so
Talvez eu seja um tolo que acredita num sonho
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
e crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
sou um tolo que acredita, ainda, no amor!
( Príncipe Poeta)
Alexandre, você é a
ROSA- RARA ou o "AMOR-PERFEITO"
uma humana-flor?
Alexandre tem 28 anos, com idade mental de 15.
Se uma pessoa assim acredita tanto, por que as pessoas normais não acreditam?
Alexandre é chamado pela sociedade de excepcional...
Excepcional é a sua "SENSIBILIDADE".
Alexandre, você é a rosa rara que,
sem querer, encontrei no jardim da vida.
Por que eu vivo
procurando um motivo
de viver,
se a vida, às vezes
parece de mim
esquecer?
Procuro em todas,
mas todas não são você.
Eu quero apenas viver,
Se não for para mim,
Que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
sem nem ao menos me olhar
me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos
eu vou correr.
Eu vou me achar,
pra mais tarde
em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Sera que este mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito?
Quando estou só, preso na solidão,
juntando pedaços de mim que caíram no chão,
juro que às vezez nem ao menos sei, quem so
Talvez eu seja um tolo que acredita num sonho
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
e crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
sou um tolo que acredita, ainda, no amor!
( Príncipe Poeta)
Alexandre, você é a
ROSA- RARA ou o "AMOR-PERFEITO"
uma humana-flor?
domingo, 5 de dezembro de 2010
A farsa
Josefa e mais três irmãos ficaram órfãos de pai e mãe. Cada um foi adotado por uma família. Josefa, a mais velha, com quatorze anos na época, ficou morando com a família dos Andrades, ex-patrões de seus pais. De lá nunca mais saiu.
Apesar de esperta e inteligente, não houve meio de continuar os estudos. Seu Armando e Dona Cinira fizeram de tudo. Ela preferiu trabalhar na Casa Grande, ajudando os demais funcionários.
Josefa é vaidosa e preocupada com sua aparência. Usa os cabelos sempre presos. Não gosta de vê-los soltos, porque, segundo ela, são "carapinhados". Os lábios grossos são vermelho-carmim. Seu sorriso franco e aberto, colocam a mostra teclas de marfim.
Troca de uniforme dia sim dia não. Branquinhos como leite. Sente orgulho ao contar como faz pra lavá-los; é um ritual: primeiro esfrega a peça com água e sabão em pedaço; estende na grama ao sol pra alvejar, volta a esfregar com água e sabão e, aí, quando você pensa que está pronta pra ir ao varal, coloca a peça numa bacia grande cheia de água azul. Ela diz que usa uma pedrinha chamada anil que é dos tempos de antigamente, quando não existia nem sabão em pó nem amaciante. Diz ainda que sabão em pó não deixa o branco mais branco como falam na t.v. Bem, ela não acredita nos anúncios, nem se deixa enganar por eles. Mas olha, até acho que ela tem razão quanto ao uso da pedrinha mágica azul, pois o uniforme dela é o mais branquinho de todos. Mas a danada não conta pra ninguém onde compra essa pedrinha. Clotilde, a cozinheira, já procurou e contunua procurando, mas nada de achar. Serafina, a responsável pela arrumação da casa acha que Josefa prepara ela mesmo esse tal de anil.
Era janeiro e os Andrades viajaram pro exterior a negócios e ficariam fora durante um mês e até mais, se preciso fosse. Josefa ficou responsável pela administração da casa e das correspondências.
O rapazinho do correio passa todas as tardes no mesmo horários e Josefa já deixa passado aquele cafezinho gostoso e o bolo que não pode faltar. Cada dia prepara uma receita diferente. Leva cada bronca da cozinheira que se acha dona da cozinha.
Nesse dia havia apenas uma correspondência: era um envelope grande endereçado ao casal Sr. e Sra. Andrade. Não tinha o nome do remetente e em letras garrafais lia-se "URGENTE".
Josefa olhou o envelope, leu, releu e guardou junto aos demais. Mas aquele URGENTE não lhe saía da cabeça. Pensou nele o dia todo; à noite nem conseguiu dormir. Abro, não abro. Abro, não abro. Toda essa dúvida porque não tinha autorização pra abrir correspondência. Mas aquela era diferente.
Num ímpeto só, pulou da cama feito canguru, foi até o escritório e abriu o envelope. Era um convite ao casal Andrade para um evento muito especial, ao qual, em hipótese alguma, poderiam faltar. Lá em baixo no cantinho esquerdo estava a seguinte observação: "se não for realmente possível o compareccimento, entrar em contato pelo telefone 3872-1122.
Josefa sabia que eles não poderiam voltar naquela data e achou melhor nem telefonar.
Dona de imaginação fértil, já pensou rapidinho como resolver.
No dia marcado para o evento, às vinte horas em ponto, em frente à residência dos Andrades parou um taxi e entrou nele uma mulher elegantemente vestida, jóias autênticas e cabelos presos com presilha swairowiski.
Em pouco tempo, em frente a um casarão fartamente iluminado, com seguranças por toda parte, desce do taxi um casal "hollywoodiano". Na recepção, dois seguranças recebem os convidados, conferindo nome por nome numa extensa listagem. Lá dentro muita gente fina. Os homens todos de smoking e as mulheres, certamente, com roupas de grife. Um luxo só.
Um jantar de gala foi servido ao som de piano. A nossa mulher elegante saiu-se muito bem. Só exagerou nas taças de vinho. Falou e riu pouco mais que os outros, entretanto não perdeu a classe. Tinha tomado vinho uma vez só e nunca mais.
Ao término do jantar, os convidados foram encaminhados a um salão todo decorado com flores brancas. Não sabiam ainda porque estavam ali.
À frente, num pequeno palco, um jovem elegante, microfone nas mãos, saudou a todos:
__ Este evento está sendo patrocinado pela Editora "Soler" para homenagear três escritores selecionados por uma banca examinadora, após pesquisa feita com muito critério: dois deles escolhidos pelo importância que conquistaram no universo infantil. O terceiro é uma revelação. Escreveu seu primeiro livro e a primeira edição, uma produção independente, já está esgotada.
Ouviam-se bochichos por todos os lados. E parecia que ali ninguém conhecia ninguém ou então se comportavam como tal.
O primeiro escritor foi chamado e aplaudidíssimo. Houve choro e muita emoção.
Com o segundo, tudo igual.
Os dois ganharam, além de um troféu, uma boa soma em dinheiro.
Antes de anunciar o escritor revelação, o apresentador fez um certo suspense, teceu-lhe muitos elogios e uma promessa da "Soler" de contratação, a partir de então. Finalmente anunciou:
__ Venha ao palco a Senhora Cinira de Andrade.
Josefa, queria morrer naquela hora; não podia acreditar... Ficou branca, um frio gelado desceu-lhe pela espinha, o coração acelerou e as pernas tremeram. Ficou cega por segundos. E pra completar, ganhou um beliscão de doer do irmão que a acompanhava.
__Sua doida! Eu só podia esperar encrenca de você, mas não podia imaginar uma desse tamanho!
Num repente, Josefa levantou-se, cabeça erguida e pisando firme, caminhou até o palco.
__ Seja o que Deus quiser! A burrada já está feita. Vamos em frente! Josefa não foge da raia! __ Falou baixinho.
O irmão fechou os olhos e pensou em virar sorvete e derreter ali mesmo. Não queria ver mais nada. Saiu de mansinho e fugiu do local.
Todos se viravam pra conhecer a nova escritora. A escritora que conseguira realizar uma proeza: vender tantos livros mesmo sem ser conhecida.
Josefa chegou ao palco, recebeu troféu e prêmio sem titubear. E ainda fez um discurso. Falou palavras bonitas. A sorte é que ela gostava muito de ler. Fora incentivada pelos Andrades desde pequena. Na sua cabeceira havia sempre um livro.
Repórteres de jornais importantes e de tvs cercaram-na e lá vinham perguntas e mais perguntas. Respondeu a todas. Nem gaguejou. Fez poses várias para os fotógrafos. Roubou a atenção de todos pela desenvoltura, simplicidade e beleza.
No dia seguinte, quando apanhou o jornal lá no jardim, na primeira página, a manchete era:
"CÍNIRA DE ANDRADE"
a escritora revelação, teve ontem seu momento de glória."
E, ao lado, quase do tamanho da página, estava a foto de Josefa segurando o troféu.
(Atividade sugerida: Criar três personagens e embaralhar descrição, características, trama,
enredo)
Texto criado por: Hirtis
Apesar de esperta e inteligente, não houve meio de continuar os estudos. Seu Armando e Dona Cinira fizeram de tudo. Ela preferiu trabalhar na Casa Grande, ajudando os demais funcionários.
Josefa é vaidosa e preocupada com sua aparência. Usa os cabelos sempre presos. Não gosta de vê-los soltos, porque, segundo ela, são "carapinhados". Os lábios grossos são vermelho-carmim. Seu sorriso franco e aberto, colocam a mostra teclas de marfim.
Troca de uniforme dia sim dia não. Branquinhos como leite. Sente orgulho ao contar como faz pra lavá-los; é um ritual: primeiro esfrega a peça com água e sabão em pedaço; estende na grama ao sol pra alvejar, volta a esfregar com água e sabão e, aí, quando você pensa que está pronta pra ir ao varal, coloca a peça numa bacia grande cheia de água azul. Ela diz que usa uma pedrinha chamada anil que é dos tempos de antigamente, quando não existia nem sabão em pó nem amaciante. Diz ainda que sabão em pó não deixa o branco mais branco como falam na t.v. Bem, ela não acredita nos anúncios, nem se deixa enganar por eles. Mas olha, até acho que ela tem razão quanto ao uso da pedrinha mágica azul, pois o uniforme dela é o mais branquinho de todos. Mas a danada não conta pra ninguém onde compra essa pedrinha. Clotilde, a cozinheira, já procurou e contunua procurando, mas nada de achar. Serafina, a responsável pela arrumação da casa acha que Josefa prepara ela mesmo esse tal de anil.
Era janeiro e os Andrades viajaram pro exterior a negócios e ficariam fora durante um mês e até mais, se preciso fosse. Josefa ficou responsável pela administração da casa e das correspondências.
O rapazinho do correio passa todas as tardes no mesmo horários e Josefa já deixa passado aquele cafezinho gostoso e o bolo que não pode faltar. Cada dia prepara uma receita diferente. Leva cada bronca da cozinheira que se acha dona da cozinha.
Nesse dia havia apenas uma correspondência: era um envelope grande endereçado ao casal Sr. e Sra. Andrade. Não tinha o nome do remetente e em letras garrafais lia-se "URGENTE".
Josefa olhou o envelope, leu, releu e guardou junto aos demais. Mas aquele URGENTE não lhe saía da cabeça. Pensou nele o dia todo; à noite nem conseguiu dormir. Abro, não abro. Abro, não abro. Toda essa dúvida porque não tinha autorização pra abrir correspondência. Mas aquela era diferente.
Num ímpeto só, pulou da cama feito canguru, foi até o escritório e abriu o envelope. Era um convite ao casal Andrade para um evento muito especial, ao qual, em hipótese alguma, poderiam faltar. Lá em baixo no cantinho esquerdo estava a seguinte observação: "se não for realmente possível o compareccimento, entrar em contato pelo telefone 3872-1122.
Josefa sabia que eles não poderiam voltar naquela data e achou melhor nem telefonar.
Dona de imaginação fértil, já pensou rapidinho como resolver.
No dia marcado para o evento, às vinte horas em ponto, em frente à residência dos Andrades parou um taxi e entrou nele uma mulher elegantemente vestida, jóias autênticas e cabelos presos com presilha swairowiski.
Em pouco tempo, em frente a um casarão fartamente iluminado, com seguranças por toda parte, desce do taxi um casal "hollywoodiano". Na recepção, dois seguranças recebem os convidados, conferindo nome por nome numa extensa listagem. Lá dentro muita gente fina. Os homens todos de smoking e as mulheres, certamente, com roupas de grife. Um luxo só.
Um jantar de gala foi servido ao som de piano. A nossa mulher elegante saiu-se muito bem. Só exagerou nas taças de vinho. Falou e riu pouco mais que os outros, entretanto não perdeu a classe. Tinha tomado vinho uma vez só e nunca mais.
Ao término do jantar, os convidados foram encaminhados a um salão todo decorado com flores brancas. Não sabiam ainda porque estavam ali.
À frente, num pequeno palco, um jovem elegante, microfone nas mãos, saudou a todos:
__ Este evento está sendo patrocinado pela Editora "Soler" para homenagear três escritores selecionados por uma banca examinadora, após pesquisa feita com muito critério: dois deles escolhidos pelo importância que conquistaram no universo infantil. O terceiro é uma revelação. Escreveu seu primeiro livro e a primeira edição, uma produção independente, já está esgotada.
Ouviam-se bochichos por todos os lados. E parecia que ali ninguém conhecia ninguém ou então se comportavam como tal.
O primeiro escritor foi chamado e aplaudidíssimo. Houve choro e muita emoção.
Com o segundo, tudo igual.
Os dois ganharam, além de um troféu, uma boa soma em dinheiro.
Antes de anunciar o escritor revelação, o apresentador fez um certo suspense, teceu-lhe muitos elogios e uma promessa da "Soler" de contratação, a partir de então. Finalmente anunciou:
__ Venha ao palco a Senhora Cinira de Andrade.
Josefa, queria morrer naquela hora; não podia acreditar... Ficou branca, um frio gelado desceu-lhe pela espinha, o coração acelerou e as pernas tremeram. Ficou cega por segundos. E pra completar, ganhou um beliscão de doer do irmão que a acompanhava.
__Sua doida! Eu só podia esperar encrenca de você, mas não podia imaginar uma desse tamanho!
Num repente, Josefa levantou-se, cabeça erguida e pisando firme, caminhou até o palco.
__ Seja o que Deus quiser! A burrada já está feita. Vamos em frente! Josefa não foge da raia! __ Falou baixinho.
O irmão fechou os olhos e pensou em virar sorvete e derreter ali mesmo. Não queria ver mais nada. Saiu de mansinho e fugiu do local.
Todos se viravam pra conhecer a nova escritora. A escritora que conseguira realizar uma proeza: vender tantos livros mesmo sem ser conhecida.
Josefa chegou ao palco, recebeu troféu e prêmio sem titubear. E ainda fez um discurso. Falou palavras bonitas. A sorte é que ela gostava muito de ler. Fora incentivada pelos Andrades desde pequena. Na sua cabeceira havia sempre um livro.
Repórteres de jornais importantes e de tvs cercaram-na e lá vinham perguntas e mais perguntas. Respondeu a todas. Nem gaguejou. Fez poses várias para os fotógrafos. Roubou a atenção de todos pela desenvoltura, simplicidade e beleza.
No dia seguinte, quando apanhou o jornal lá no jardim, na primeira página, a manchete era:
"CÍNIRA DE ANDRADE"
a escritora revelação, teve ontem seu momento de glória."
E, ao lado, quase do tamanho da página, estava a foto de Josefa segurando o troféu.
(Atividade sugerida: Criar três personagens e embaralhar descrição, características, trama,
enredo)
Texto criado por: Hirtis
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Wilma querida
São Paulo, 22 de novembro de 2010.
Wilma querida
Depois de anos seguidos, voltei à cidade onde nascemos, crescemos e estudamos até o terceiro colegial. Nem faculdade tínhamos lá.
Preciso contar-lhe as "fofocagens". Tem coisa melhor que isso?
Lembra-se da "Lorducha"? Aquela que roubava lanche da turma toda? Bastava só o
"distraimento" de um dos nossos que o seu lanche desaparecia quenem nave espacial. Dizem que chegou aos cem quilos. Fez cirurgia no estômago e você nem pode imaginar como ficou: "empalitou" de vez. Perdeu cinquenta por cento de gordura. Tão "pelancuda" ficou, que mais parece uma peça de roupa pendurada displicitamente num cabide menor do que deveria ser, "despelancando" pra todos os lados. "Coitadela"!
Aquele casal de velhinhos "carinhopáticos" que morava no final da nossa rua? A casa bem velhinha continua lá, vazia. As crianças "maluquetes" têm medo. Dizem que ouvem sons "urubuzando" ao redor da casa e vêem sombras "bruxulantes".
O tio Juca, dono da vendinha onde comprávamos doces, já está bem velhinho e "piraducando". Tadinho! Já completou oitenta anos.
Joana "espetaculosa", a mais faladeira da turma, "aviãojou" pra Europa, conheceu um "Pierrico" e leva vida de "damascarada".
Therezinha, a mais bela e desejada da turma, toda "esnobenta"conheceu um "empresaplítico" cheio do dinheiro, dinheiro graúdo, dono de um transatlântico. As línguas "compridinveja" dizem que eles "Transatlanticaram" tanto... e "gastorraram" tanto... que a grana foi pro brejo. "Periquitaram-se" da cidade. Parece que hoje vivem num vilarejo longe daqui. Therezinha dá aulas numa escolinha na roça e o marido virou vendedor de qualquer coisa, o que aparecer. Eta vida "humildita".
Pra você desejo muita "felicissude" e vida longa. E pra todos, muita "amorância.
Saudades mil...
Abraço
Hirtis
(Atividade sugerida: screver uma carta esquisita, para amiga íntima, usando palavras inventadas)
Texto escrito por Hirtis
Wilma querida
Depois de anos seguidos, voltei à cidade onde nascemos, crescemos e estudamos até o terceiro colegial. Nem faculdade tínhamos lá.
Preciso contar-lhe as "fofocagens". Tem coisa melhor que isso?
Lembra-se da "Lorducha"? Aquela que roubava lanche da turma toda? Bastava só o
"distraimento" de um dos nossos que o seu lanche desaparecia quenem nave espacial. Dizem que chegou aos cem quilos. Fez cirurgia no estômago e você nem pode imaginar como ficou: "empalitou" de vez. Perdeu cinquenta por cento de gordura. Tão "pelancuda" ficou, que mais parece uma peça de roupa pendurada displicitamente num cabide menor do que deveria ser, "despelancando" pra todos os lados. "Coitadela"!
Aquele casal de velhinhos "carinhopáticos" que morava no final da nossa rua? A casa bem velhinha continua lá, vazia. As crianças "maluquetes" têm medo. Dizem que ouvem sons "urubuzando" ao redor da casa e vêem sombras "bruxulantes".
O tio Juca, dono da vendinha onde comprávamos doces, já está bem velhinho e "piraducando". Tadinho! Já completou oitenta anos.
Joana "espetaculosa", a mais faladeira da turma, "aviãojou" pra Europa, conheceu um "Pierrico" e leva vida de "damascarada".
Therezinha, a mais bela e desejada da turma, toda "esnobenta"conheceu um "empresaplítico" cheio do dinheiro, dinheiro graúdo, dono de um transatlântico. As línguas "compridinveja" dizem que eles "Transatlanticaram" tanto... e "gastorraram" tanto... que a grana foi pro brejo. "Periquitaram-se" da cidade. Parece que hoje vivem num vilarejo longe daqui. Therezinha dá aulas numa escolinha na roça e o marido virou vendedor de qualquer coisa, o que aparecer. Eta vida "humildita".
Pra você desejo muita "felicissude" e vida longa. E pra todos, muita "amorância.
Saudades mil...
Abraço
Hirtis
(Atividade sugerida: screver uma carta esquisita, para amiga íntima, usando palavras inventadas)
Texto escrito por Hirtis
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Ludovico
Sou Ludovico, o papagaio
Me apresento pra você
Penas lindas, coloridas
E charmoso como quê.
Eu sou só do Zezinho
Tratado como um rei
Me faz carinho
Tira piolhinho
Que gostoso! Adorei!
Fico bravo se me isolam
No poleiro do quintal
Dou bicadas e bicadas
Gosto só de quem é legal.
Terezinha, a cozinheira
Ensinou-me a falar
Seis palavras importantes
Aprendi de tanto treinar.
Coca-cola, hot dog, macarrão,
Chocolate, sorvete, torta de limão
Zezinho, escute só
Falo todas com correção.
Papagaio só repete
O que ouve em exaustão
Por isso, tome cuidado
Não me ensine palavrão.
Currupaco paco paco
Sou o louro Ludovico
Não sou fraco, nem velhaco
MAS
Melhor do que sou, não fico.
(Trabalho sugerido: criar poesia - personificação de animais)
Texto criadopor: Hirtis
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Coisas que eu li
"A Democracia não é a ausência de leis, mas a existência de leis utilizadas por todos".
(Dominique Wolton)
Muito se tem falado em Democracia, nos últimos tempos.
É a palavra que mais ouço; é a palavra que mais leio.
Percebo, entretanto, que muitos têm confundido Democracia com liberdade a qualquer preço,
o meio justificando o fim. Tudo posso em prol da minha "FELICIDADE'. Se algo me faz feliz, não importa o que faço, não me importam os outros.
Daí a importância, pra mim, da frase de Dominique Wolton . Num primeiro momento, parece tão simples, mas refletindo... quanta "coisa" há dentro dela.
"Um dos pilares de meu pensamento é a irrefutável crença de que o exercício da cidadania pressupõe a capacidade de interpretar os fatos e denunciar o que está errado, mas acima de tudo, implica disposição para agir e transformar.
Comtemplar o mundo, simplesmente, não altera a vida. Também não vamos nos distinguir nem atingir o topo, e lá permanecer, seguindo velhas fórmulas. Precisamos inovar e ter ousadia para mudar o que precisa ser mudado."
(Emilio Odebrecht)
Segundo a cientista americana DEVRA DAVIS (64 anos), autoridade mundial em saúde pública, em seu livro "DISCONNECT", no subtítulo "A verdade sobre a radiação dos telefones celulares', ãfirma que:
- o celular desprende irradiações à orelha,
- reduz defesas do cérebro,
- induz à perda de memória,
- aumento do risco de Alzaheimir,
- interfere no DNA,
- agente cancerígeno,
- quando usado em elevadores, as radiações rebatem nas paredes e afeta todos que estão por perto.
Nossas crianças e jovens são loucos por celular. Com o avanço incontrolável das novas tecnologias, a cada instante, surgem novos aparelhos, cada vez mais sofisticados, acrescido de novas funções. O telefone, cuja finalidade primeira é poder "falar com alguém" a qualquer momento e em qualquer lugar, apresenta uma série de parafernálias, que, acredito, são pouco usadas. Não nem tempo pra tanto...
É um verdadeiro tormento aos pais, cujos filhos insatisfeitos, "precisam" sempre trocar de aparelho. É um negócio que envolve trilhóes de dólares.
Se você está num lugar público pequeno, como dentro de um ônibus, numa sala de espera, por exemplo, é obrigado a ouvir coisas que não lhe interessam, desde "a empregada não veio", "o leite acabou", "quero dinheiro", "fulana brigou com o marido", "o cabelo dela tá horrível" e outra porção de balelas que você não está disposto a ficar sabendo, mas é obrigado a interromper sua leitura ou outra coisa qualquer que esteja fazendo. Sem falar na altura do tom de voz que é usado.
Tirar fotos era romântico. Você escolhia bem o momento a ser fotografado; mandava revelar e montava o seu álbum de fotografias. Hoje, em qualquer lugar, em qualquer situação, lá estão "ELES" a postos, celular na mão, fotografando tudo e todos, sem critério nem emoção. As fotos são tantas que se perdem dentro do tal "aparelhinho". É o fotografar pelo fotografar, ou pra mostrar que "eu também tenho", a tal da competição frenética dos tempos de hoje.
Li um artigo de RUY CASTRO, na "Folha de São Paulo", que em l993, morreu de câncer no cérebro, um famoso jornalista esportivo (ele não citou o nome). Foi a primeira pessoa que RUY conhceu usando celular.
(Dominique Wolton)
Muito se tem falado em Democracia, nos últimos tempos.
É a palavra que mais ouço; é a palavra que mais leio.
Percebo, entretanto, que muitos têm confundido Democracia com liberdade a qualquer preço,
o meio justificando o fim. Tudo posso em prol da minha "FELICIDADE'. Se algo me faz feliz, não importa o que faço, não me importam os outros.
Daí a importância, pra mim, da frase de Dominique Wolton . Num primeiro momento, parece tão simples, mas refletindo... quanta "coisa" há dentro dela.
"Um dos pilares de meu pensamento é a irrefutável crença de que o exercício da cidadania pressupõe a capacidade de interpretar os fatos e denunciar o que está errado, mas acima de tudo, implica disposição para agir e transformar.
Comtemplar o mundo, simplesmente, não altera a vida. Também não vamos nos distinguir nem atingir o topo, e lá permanecer, seguindo velhas fórmulas. Precisamos inovar e ter ousadia para mudar o que precisa ser mudado."
(Emilio Odebrecht)
Segundo a cientista americana DEVRA DAVIS (64 anos), autoridade mundial em saúde pública, em seu livro "DISCONNECT", no subtítulo "A verdade sobre a radiação dos telefones celulares', ãfirma que:
- o celular desprende irradiações à orelha,
- reduz defesas do cérebro,
- induz à perda de memória,
- aumento do risco de Alzaheimir,
- interfere no DNA,
- agente cancerígeno,
- quando usado em elevadores, as radiações rebatem nas paredes e afeta todos que estão por perto.
Nossas crianças e jovens são loucos por celular. Com o avanço incontrolável das novas tecnologias, a cada instante, surgem novos aparelhos, cada vez mais sofisticados, acrescido de novas funções. O telefone, cuja finalidade primeira é poder "falar com alguém" a qualquer momento e em qualquer lugar, apresenta uma série de parafernálias, que, acredito, são pouco usadas. Não nem tempo pra tanto...
É um verdadeiro tormento aos pais, cujos filhos insatisfeitos, "precisam" sempre trocar de aparelho. É um negócio que envolve trilhóes de dólares.
Se você está num lugar público pequeno, como dentro de um ônibus, numa sala de espera, por exemplo, é obrigado a ouvir coisas que não lhe interessam, desde "a empregada não veio", "o leite acabou", "quero dinheiro", "fulana brigou com o marido", "o cabelo dela tá horrível" e outra porção de balelas que você não está disposto a ficar sabendo, mas é obrigado a interromper sua leitura ou outra coisa qualquer que esteja fazendo. Sem falar na altura do tom de voz que é usado.
Tirar fotos era romântico. Você escolhia bem o momento a ser fotografado; mandava revelar e montava o seu álbum de fotografias. Hoje, em qualquer lugar, em qualquer situação, lá estão "ELES" a postos, celular na mão, fotografando tudo e todos, sem critério nem emoção. As fotos são tantas que se perdem dentro do tal "aparelhinho". É o fotografar pelo fotografar, ou pra mostrar que "eu também tenho", a tal da competição frenética dos tempos de hoje.
Li um artigo de RUY CASTRO, na "Folha de São Paulo", que em l993, morreu de câncer no cérebro, um famoso jornalista esportivo (ele não citou o nome). Foi a primeira pessoa que RUY conhceu usando celular.
Corujinha
Corujinha, corujinha
Pra onde vai você?
Procurar comidinha
Ou passear como quê?
Corujinha, corujinha
Tenho pena de você
As penas que nem galinha
É feínha de doer.
O tempo tá mudando
Parece que vai chover
Volte logo, amiguinha
Você não pode adoecer.
Seus filhotes estão piando
Eles querem é comer
Volte logo, eu imploro
Não quero vê-los sofrer.
(Atividade sugerida: leitura das poesias infantis de Vínicius de Moraes.
escolher uma personagem e criar uma poesia infantil)
Texto criado por Hirtis
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Castelos assombrados, ainda existem?
Lígia e seu filho Pedrinho, menino de dez anos, saíram de casa bem cedinho animados como nunca. Passariam o dia no sítio "Vivenda Feliz". Lá encontrariam familiares próximos e outros que há muito tempo não se viam. Era o aniversário do tio Joaquim, o queridinho das crianças. Ele estava completando oitenta anos, o mais idoso da família.
Os dois, felizes como nunca, tagarelavam sem parar e não viam a hora de encontrar a família toda reunida.
Um vento fraco começou a soprar e, num piscar de olhos, foi se tornando cada vez mais forte. Nuvens negras surgiram do nada, foram se ajuntando e, em pouco tempo, o sol estava encoberto. Tudo escureceu nem era ainda oito horas da manhã. A chuva que caía era tanta que o limpador de parabrisas não dava conta do recado. Riscos luminosos cortavam o céu de ponta a ponta, iluminando temporariamente aquela escuridão que amedrontava.
Pedrinho começou a chorar:
__ Mâe, tô com medo!
__ Fique calmo, meu filho. Já passsei por situações complicadas e tudo acabou bem.
Lígia acreditava realmente que tudo passaria logo. Era só uma chuva de verão. As horas foram passando, só a tempestade não passava. O vento uivava, batia forte nas árvores, arrancava pedaços de galhos que eram lançados longe. Muitos caíam no asfalto. Estava difícil desviar deles. O perigo aumentou.
Num determinado momento, Lígia freou o carro bruscamente; um tronco grosso e pesado estava atravessado na pista impedindo a passagem.
Lembrou-se, então, de ter visto, a alguns metros atrás, uma placa à entrada de outra estradinha. Não pensou duas vezes. Num movimento brusco, deu meia volta e rapidinho chegaram lá. A placa não estava mais naquele lugar, provavelmente arrancada pela força do vento. Mesmo assim, seguiu em frente sem saber onde iria parar.
Como o vento e a chuva continuavam fortes e a visibilidade era mínima, Ligia achou melhor parar no acostamento e esperar...
Tudo estava deserto, não se via carro nem viva alma.
Ela sofria em silêncio. Tentava disfarçar a situação, inventando brincadeiras e historinhas para Pedrinho.
Ficaram parados ali por tanto tempo que o menino cansado dormiu.
Lígia, de olhos bem abertos, conseguiu vislumbrar uma luz bem tímida, lá longe, no meio do mato, atrás de árvores gigantescas.
Resolveu enfrentar vento e chuva e tentar ajuda naquele lugar.
Acordou Pedrinho. Abrigados por um guarda-chuva velho, seguiram a pé entre árvores e muito barro. Foram chegando com muita dificuldade, cada vez mais perto daquela luzinha até que depararam com algo jamais visto antes.
Mãe e filho arregalaram os olhos e a voz nem saía, até que:
__ Meu Deus do céu! O que será isto no meio deste mato?
Parece um castelo! Gritou Lígia.
Estavam diante de uma construção muito... muito grande; paredes altíssimas e arredondadas pintadas de preto. Três torres vermelhas apareciam na parte central da obra. A entrada era bloqueada por portão de aço. Bem escondidinha, mais ou menos a um metro do chão, no final daquele paredão, estava uma janelinha e dela saía uma luzinha.
Parecia uma fortaleza! Mesmo assim Lígia chamou, gritou, berrou. Ninguém apareceu.
Os dois se abrigaram sob uma árvore, encharcados e morrendo de frio. Esperavam ser socorridos por alguém que chegasse ou saísse daquele castelo.
Surpresa! O portão começou a descer lentamente, sustentado por correntes grossas e pesadas. Saiu de lá um carro em alta velocidade. Ficaram roucos de tanto gritar e não foram ouvidos.
Antes que o portão voltasse a ser fechado, Lígia agarrou as mãos de Pedrinho e, num movimento rápido e preciso, saltaram pra dentro daquele lugar misterioso.
Os dois olharam pra todos os lados e não viram ninguém. Pularam por uma janela entreaberta indo cair num imenso salão. Era uma escuridão só. Tateando aqui e ali, Lígia tocou numa coluna imensa; ali sentaram-se e ficaram escondidos.
Silêncio e escuridão.
Repentinamente, não se sabe como nem de onde, foram aparecendo muitos pontos luminosos que se moviam aos pares, aqui e acolá, como se estivessem dançando.
__ O que é isso, mamãe?
__ Parecem olhos, Pedrinho. Impossível saber ainda. Mas se forem olhos, os donos vão aparecer.
Aos poucos, os pontos luminosos foram se acomodando, todos na mesma altura, perfilados em linha reta.
Um som diferente e forte invadiu o local. Era o ruído provocado pelo bater de muitas asas ao mesmo tempo, acompanhado por pios estridentes.
Velas, muitas velas foram se acendendo sozinhas e estavam distribuídas por todos os cantos. O ambiente começou a se mostrar. Lígia agarrou Pedrinho e correu, escondendo-se atrás de um móvel de madeira esculpido em forma de dragão.
Ainda não tinham sido descobertos. Dali assistiram a todos os acontecimentos.
O ambiente ficou iluminado e os dois puderam ver tudinho.
Numa das paredes, prateleiras iam do chão ao teto, decoradas com urubus empalhados. Eram tantos que nem dava pra contar. E em cada canto do salão, casais de águias gigantescas, esculpidas em pedra pareciam tomar conta do lugar.
Já era possível decifrar o segredo dos pares de olhos luminosos. Eram olhos de verdade e pertenciam a figuras esquisitíssimas, todas iguais fisicamentes: eram anões carecas, mãos e pés grandes, desproporcionais àqueles corpos miúdos e franzinos; no rosto, os olhos pareciam dois faróis.
As aves, que no início batiam as asas freneticamente, agora calmas, pousavam no ombro de cada anãozinho: eram negras, corpos pequenos cobertos de pelos e asas imensas cobertas de penas. O bico ra vermelho, pontiagudo e curvado pra baixo, lembrando bico de águia.
Rangeram-se correntes. Uma porta se abriu. Vozes femininas entoavam um cântico melancólico e anãzinhas foram aparecendo; uma a uma, foram se posicionando ao lado de cada anão. Elas tinham os cabelos negros e compridos até a cintura, orelhas grandes tal qual coelho e unhas compridas vermelhas.
Lígia e Pedrinho assistiam a tudo. Parecia um pesadelo surreal.
Toques de trombetas se fizeram ouvir. Os casais de anões sentaram-se com as pernas cruzadas e as aves acomodaram-se no colo deles. Os trombeteiros, vestidos de veludo vermelho, entraram perfilados anunciando a chegada de alguém.
Fumaça com cheiro de incenso se espalhou por tudo.
Um homem forte e garboso, vestindo roupas coloridas e estravagantes, ostentando muitas jóias, entrou triunfante acompanhado de dez lindas mulheres, vestidas como princesas. Cada uma carregava um cesto cheio de moedas douradas. Foi reverenciado por todos.
Cheio de cerimônia, sentou-se numa almofada macia e confortável instalada num plano superior.
Após um leve comando das mãos, tudo parou.
Uma voz soou bem alto, um grito veio lá do céu.
O Senhor dos senhores na posição em que se encontrava fez um breve discurso. Lígia não entendeu nada. Ele falava numa língua desconhecida.
O olhar de todos voltou-se para o teto do salão que, gradativamente, foi-se abrindo. Dez aves de rapina, com bicos protuberantes, desceram e voltaram, cada uma levando no bico um cesto com as moedas de ouro. Desapareceram silenciosamente do mesmo jeito que chegaram.
Assim que o teto se fechou, as velas pausadamente foram se apagando uma a uma. A escuridão voltou. Silenciosamente, todos desapareceram do salão misteriosamente.
Lígia e Pedrinho permaneceram escondidos. Não queriam ser descobertos...
Arrastando-se pelo chão deixaram o salão a procura de uma saída.
Passaram por salas fechadas de onde saíam sons horríveis: gemidos, gritos, lamentos...
De repente, os dois ouviram miados estridentes. Lígia protegeu o filho envolvendo-o com seus braços. Um gato preto, pelos arrepiados e olhos esbugalhados passou feito doido e desapareceu. Logo atrás, veio um lobouivando alto; queria agarrar o gato.
Estavam sem forças e ainda nenhuma saída. Lígia espiava pra todos os cantos. Quando tudo parecia perdido, ela viu uma luz no final do túnel. Isso mesmo! Não é força de expressão, não. Viu realmente uma luz iluminando o final de um corredor comprido, estreito e cheio de portas. Correram por esse corredor.
Finalmente encontraram a janelinha que deixava passar luz para o exterior, a mesma luz que a atraiu àquele lugar. A passagem era bem estreita, mas não tinha grades. Com jeitinho, espremendo aqui, espremendo ali, conseguiram ultrapassá-la.
Lá fora, nem chuva nem vento. Já era noite e o céu estava estrelado.
Pensar no aniversário do tio Joaquim, só no dia seguinte.
Pensar naquela aventura que só acontece em contos de bruxas e feiticeiras, algum dia... Talvez...
(Atividade sugerida: descrever um castelo esquisito. Descrever a mobília grotesca e disforme. Descrever os sons estranhos que se ouve nele. Descrever as pessoas que lá habitam e contar um fato pitoresco acontecido nesse ambiente)
Texto criado por Hirtis
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